Durante
a 53ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), que acontecerá de 15 a 24 de abril, em Aparecida (SP), os
bispos atualizarão as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da
Igreja no Brasil (DGAE). As orientações pastorais aprovadas em 2011
serão apenas revisadas a partir da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e do pronunciamento do papa Francisco aos bispos ocorrido no Rio de Janeiro (RJ), em julho de 2013.
“As
diretrizes gerais continuarão a inspirar o trabalho da Igreja nos
próximos quatro anos, levando em consideração a atuação do papa
Francisco”, explica o arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da
CNBB, dom José Belisário da Silva.
O arcebispo afirma que as DGAE 2011-2015
foram bem acolhidas pelas comunidades do Brasil. “As pessoas realmente
receberam com o coração muito aberto, e aquelas cinco urgências pegaram
muito bem. Tanto assim que foi aprovado que essas diretrizes continuarão
por mais quatro anos, porém com algumas revisões, inspiradas nos
pronunciamentos do santo padre Francisco”, conta.
As Diretrizes Gerais estão ligadas à
natureza da CNBB, definida em Estatuto Canônico ratificado pela
Congregação para os Bispos do Vaticano. Cabe à Conferência colaborar com
os bispos na dinamização da missão evangelizadora, “para melhor
promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios
contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e
realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma
sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo”,
diz o texto.
As atuais DGAE contêm cinco urgências
para a ação evangelizadora: Igreja em estado permanente de missão;
Igreja: casa da iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação
bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades; e
Igreja a serviço da vida plena para todos.
Assembleia Geral
O encontro anual do episcopado
brasileiro reúne mais de 450 bispos, entre cardeais, arcebispos, bispos
auxiliares e eméritos, além dos que fazem parte das igrejas de Rito
Oriental. No total, serão 274 circunscrições eclesiásticas
representadas.
O bispo auxiliar de Brasília (DF) e
secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, avalia a
assembleia geral como momento de comunhão, de encontro, de alegria e de
celebração da Igreja no Brasil. “A assembleia é um momento
extraordinário para nós bispos. Essa troca de ideias, essa troca de
afeto colegial. Imagina todos nós podermos celebrar juntos a Eucaristia?
Todas as Igrejas particulares ali presentes na figura do bispo. Isso é
extraordinário!”, sugere.
Neste ano, além da atualização das DGAE,
os bispos terão a missão de eleger a nova Presidência da entidade,
composta pelo presidente, vice e secretário geral; os presidentes das
doze comissões episcopais pastorais; além de delegados da CNBB para o
Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) e para a XIV Assembleia
Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, marcada para outubro deste ano, no
Vaticano.
Tema prioritário
Na
grade de atividades da 53ª AG, está previsto o debate sobre o novo
texto que trata dos cristãos leigos e leigas, preparado após recebimento
de sugestões e emendas pela comissão responsável. Aprovado em 2014, o
texto de Estudos 107, Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – Sal da Terra e Luz do mundo, volta à pauta da reunião episcopal para nova avaliação.
“Esse estudo está sendo muito bem
acolhido nas nossas dioceses, especialmente pelos leigos organizados em
comunidades, em movimentos etc. Eu espero que talvez ele se torne um
documento oficial da CNBB”, afirma dom Belisário da Silva.
No contexto dos 50 anos do Concílio
Ecumênico Vaticano II, o vice-presidente da CNBB considera que a Igreja
vive em um momento de “plena consciência” de sua identidade como povo de
Deus. “Acho que vivemos numa fase em que toma-se plena consciência que a
Igreja é o povo de Deus, e dentro do povo de Deus a maior parte é
leigo, sem dúvida nenhuma. A hierarquia, os ministérios ordenados estão a
serviço, são ministérios, então, a Igreja é fundamentalmente esse povo
de Deus, e dentro desse povo de Deus, o povo que caminha no mundo que
são os leigos e leigas”, explica.
Fonte: CNBB
Fonte: CNBB