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BACABAL-MA. Hoje é

Jesus Cristo: Rei na condição de Servo

Hoje, 25 de novembro é dia de Cristo Rei, o último dia do calendário litúrgico do ano. isto é, se encerra hoje o ano eclesiástico. Com isso, a comunidade cristã é chamada a refletir sobre a realeza de Jesus e seus principais fundamentos de vida, para dessa forma, seguir firme na longa jornada.

Abaixo, um texto do 'Ecclesia Una' que relata bem esse dia importante para os Cristãos:

Neste último Domingo do Tempo Comum, a Liturgia cede lugar à Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Verdadeiramente nesta Festa litúrgica ouvimos novamente, com atenção, as palavras do Apocalipse: “Dignus est Agnus, qui occisus est, accipere virtutem, et sapientiam, et fortitudinem, et honorem. Ipsi gloria, et imperium in saecula saeculorum – O Cordeiro, que foi imolado, é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele, a glória e a o império por todos os séculos dos séculos” (5,12). Sim, rendamos glória ao Onipotente, Onipresente e Onisciente. Glória ao Rei e Senhor da História, que tudo governa e que é esperança imortal e perene dos homens.

No Antigo Testamento vemos também uma menção forte ao reinado. Diversos são os reis que se nos apresentam nas Escrituras e que, para o bem ou para o mal, exerceram sua influência na vida do povo. Reis pagãos, tementes a Deus, frágeis, fortes, guerreiros... enfim, todos com características diversas, mas que são inseridos nas narrações bíblicas.

No Novo Testamento essa figura do Rei não se torna menos presente, mas ao contrário, é atribuída ao próprio Cristo. Sabemos que em nenhum momento Jesus se auto intitulou Rei, mas manteve-se sempre na condição de servo. Por isso está escrito que Ele “esvaziou-se de sua glória e assumiu a condição de um escravo, fazendo-se aos homens semelhantes” (Fl 2,12).
O Reino de Deus (βασιλεία τοῦ θεοῦ) é também chamado de basiléia. Neste sentido é que ele tem simultaneamente três dimensões, sendo a primeira uma dimensão cristológica, ou seja, o próprio Jesus é o Reino de Deus, Ele mesmo se intitula, ainda que entrelinhas, como o auto-basiléia, Aquele pelo qual todos os homens podem ingressar se descobrirem o real sentido da verdade que reside n’Ele. 

Um segundo aspecto é o eclesial, o Reino de Deus prefigurado na Igreja. De fato, também ela é chamada a manifestar a sua continuidade entre os homens e a sua prefiguração nos tempos escatológicos. Por isso o Sagrado Concílio Vaticano II nos adverte: “Porque o reino de Cristo não é deste mundo (cfr. Jo. 18,36), a Igreja, ou seja o Povo de Deus, ao implantar este reino, não subtrai coisa alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que são bons; e assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os” (Const. Dogm. Lumen Gentium, 13).

A terceira característica o Reino de Deus que cada homem traz consigo, refletido no seu caráter espiritual e moral. De fato, a vinda deste que pedimos no Pai nosso é já um prenúncio salutar daquele mesmo Reino anunciado por Nosso Senhor (Cf. Mt 25,31-46). Entretanto este anúncio não é uma reivindicação por parte de Cristo do seu reinado. É clarividente nos evangelhos que Ele nunca cedeu ao entusiasmo da população que queria proclamá-lo rei, sempre encontramo-lo a fugir destes e daqueles. 

No encontro com Natanael este faz o reconhecimento do poderio de Jesus: “Tu es o Rei de Israel” (Jo 1,49), mas Ele logo trata de volver os olhos do discípulo para a parusia do Filho do Homem, naquela visão magnífica dos anjos que sobem e descem ante o Todo-Poderoso. Depois vemos a multiplicação dos pães, quando a multidão se consolava na esperança de um alimento não pago e desejam arrebata-lo para fazê-lo rei, mas ele novamente escapa (Jo 6,15).

E deparamo-nos novamente com o Evangelho. Jesus não nega a titularidade de rei, mas reafirma que o seu reino não está solidificado neste mundo (cf. Jo 18,36). Não é um reino concorrente com César e tampouco almeja roubar a coroa de Herodes. Por isso, na cegueira da incredulidade, os chefes judeus  não compreendem estas palavras e colocam Jesus como um devaneador, que usa-se do povo para sentar-se no trono de César. 
Na cruz está Seu trono, ali Ele pode reinar para todo o mundo e lá acontece a plenitude da encarnação, ato máximo da sua vida terrena e prefiguração do seu advento definitivo, onde ao seu lado reinaremos na glória final.

Por fim, com o autor sagrado nós queremos reconhecer que “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém” (Ap 1,5-6).

"Portanto, somos convidados a reconhecer Jesus Cristo como Rei das nossas vidas e famílias . Pois Ele se fez Rei na condição de servo para que pudéssemos ter vida plena em abundância."

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/2012/11/25/o-reino-de-deus-esperanca-dos-homens/
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