Hoje, 25 de novembro é dia de Cristo Rei, o último dia do
calendário litúrgico do ano. isto é, se encerra hoje o ano eclesiástico. Com isso, a comunidade cristã é chamada a refletir sobre a realeza de Jesus e
seus principais fundamentos de vida, para dessa forma, seguir firme na longa
jornada.
Abaixo, um texto do 'Ecclesia Una' que relata bem esse dia importante para os Cristãos:

No Antigo Testamento
vemos também uma menção forte ao reinado. Diversos são os reis que se nos
apresentam nas Escrituras e que, para o bem ou para o mal, exerceram sua
influência na vida do povo. Reis pagãos, tementes a Deus, frágeis, fortes,
guerreiros... enfim, todos com características diversas, mas que são inseridos
nas narrações bíblicas.
No Novo Testamento essa
figura do Rei não se torna menos presente, mas ao contrário, é atribuída ao
próprio Cristo. Sabemos que em nenhum momento Jesus se auto intitulou Rei, mas
manteve-se sempre na condição de servo. Por isso está escrito que Ele
“esvaziou-se de sua glória e assumiu a condição de um escravo, fazendo-se aos
homens semelhantes” (Fl 2,12).
O Reino de Deus
(βασιλεία τοῦ θεοῦ) é também chamado de basiléia. Neste sentido é que
ele tem simultaneamente três dimensões, sendo a primeira uma dimensão
cristológica, ou seja, o próprio Jesus é o Reino de Deus, Ele mesmo se
intitula, ainda que entrelinhas, como o auto-basiléia, Aquele pelo qual
todos os homens podem ingressar se descobrirem o real sentido da verdade que
reside n’Ele.
Um segundo aspecto é o
eclesial, o Reino de Deus prefigurado na Igreja. De fato, também ela é chamada
a manifestar a sua continuidade entre os homens e a sua prefiguração nos tempos
escatológicos. Por isso o Sagrado Concílio Vaticano II nos adverte: “Porque o
reino de Cristo não é deste mundo (cfr. Jo. 18,36), a Igreja, ou seja o Povo de
Deus, ao implantar este reino, não subtrai coisa alguma ao bem temporal de
nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas,
os costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que são bons; e
assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os” (Const. Dogm. Lumen
Gentium, 13).
A terceira
característica o Reino de Deus que cada homem traz consigo, refletido no seu
caráter espiritual e moral. De fato, a vinda deste que pedimos no Pai nosso é
já um prenúncio salutar daquele mesmo Reino anunciado por Nosso Senhor (Cf. Mt
25,31-46). Entretanto este anúncio não é uma reivindicação por parte de Cristo
do seu reinado. É clarividente nos evangelhos que Ele nunca cedeu ao entusiasmo
da população que queria proclamá-lo rei, sempre encontramo-lo a fugir destes e
daqueles.
No encontro com
Natanael este faz o reconhecimento do poderio de Jesus: “Tu es o Rei de Israel”
(Jo 1,49), mas Ele logo trata de volver os olhos do discípulo para a parusia do
Filho do Homem, naquela visão magnífica dos anjos que sobem e descem ante o
Todo-Poderoso. Depois vemos a multiplicação dos pães, quando a multidão se
consolava na esperança de um alimento não pago e desejam arrebata-lo para
fazê-lo rei, mas ele novamente escapa (Jo 6,15).
E deparamo-nos
novamente com o Evangelho. Jesus não nega a titularidade de rei, mas reafirma
que o seu reino não está solidificado neste mundo (cf. Jo 18,36). Não é um
reino concorrente com César e tampouco almeja roubar a coroa de Herodes. Por
isso, na cegueira da incredulidade, os chefes judeus não compreendem
estas palavras e colocam Jesus como um devaneador, que usa-se do povo para
sentar-se no trono de César.
Na cruz está Seu trono,
ali Ele pode reinar para todo o mundo e lá acontece a plenitude da encarnação,
ato máximo da sua vida terrena e prefiguração do seu advento definitivo, onde
ao seu lado reinaremos na glória final.
Por fim, com o autor
sagrado nós queremos reconhecer que “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o
primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus,
que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de
nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em
eternidade. Amém” (Ap 1,5-6).
"Portanto, somos convidados a reconhecer Jesus Cristo como
Rei das nossas vidas e famílias .
Pois Ele se fez Rei na condição de servo para que pudéssemos ter vida plena em abundância."
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/2012/11/25/o-reino-de-deus-esperanca-dos-homens/